Atualmente,
a palavra holocausto, que advém do grego e significa todo queimado, está
relacionado com um dos momentos mais nefastos da história da humanidade,
realizado na Alemanha nazi, durante a Segunda Grande Guerra – o genocídio dos
judeus.
Quando
o regime nazi se instalou na Alemanha, em 1933, de imediato tomaram-se medidas
antissemíticas. Por exemplo, o estatuto
de judeu foi redefinido, remetendo para a religião dos seus antepassados, logo
todo aquele individuo que tivesse um avô judeu, passou a ser rotulado de judeu,
quer praticasse essa religião ou não.
Paulatinamente,
o regime nazi iniciou uma ação de afastamento dos judeus da sociedade alemã a
todos os níveis, económico, social, cultural através da aplicação de uma série
de leis e medidas discriminatórias. Pretendia-se assim, realizar uma ação
exaltação da raça ariana, considerada superior.
Desde
1933 até ao deflagrar da Segunda Guerra Mundial, foram tomadas medidas e ações de
coação da comunidade judaica tanto que muitas famílias judaicas temendo o pior
começaram a abandonar a Alemanha e a instalarem-se noutros países europeus mais
tolerantes.
Em
1939, a Alemanha invade a Polónia e dois milhões de judeus polacos são colocados
nos ghuettos, bairros onde só
residiam famílias judaicas, rodeados por altos muros e arame farpado, aí viviam
uma vida muito difícil e com muitas restrições, nomeadamente a nível alimentar.
Após
a invasão da URSS, em 1941, começa a ser traçado o plano de eliminação dos
Judeus. Este plano é delineado por, um dos mais importantes comandantes das SS,
Adolf Eichemann que pretendia eliminar doze milhões de judeus. Mais tarde,
quando foi julgado em Israel, na década de 60 do séc. XX, Adolf Eichmann
lamentava apenas ter conseguido eliminar somente seis milhões!...
Reinhard
Heydrich, líder da Segurança do Reich, também em 1941, define o projeto
“Solução Final” para a questão judaica que seria aplicado a toda a Europa
ocupada. A partir desta data, os judeus são obrigados a usar uma estrela
amarela, para os identificar, e começam a ser enviados/deportados para campos
na Polónia, para os chamados campos de concentração ou campos de morte. Estes
campos estavam apetrechados com equipamentos especiais de gás mortífero.
Para
estes campos de concentração eram enviados judeus de toda a Europa ocupada –
França, Bélgica, Itália, Eslováquia, Holanda, Croácia, ... – através de
comboios. Os principais campos
situavam-se na Polónia ... o mais conhecido foi o de Aushwitz, onde mais de um
milhão de judeus morreu gazeado.
Contudo,
para estes campos de concentração não foram enviados apenas judeus, sabemos,
hoje, que aí morreram também ciganos, homossexuais, cristãos, testemunhas de
Jeová e comunistas.
Para
apagar as provas do genocídio levado a cabo, foram, posteriormente, construídos
fornos crematórios onde eram incineradas as pessoas mortas nas câmaras de gás
ou simplesmente abatidas.
Não
se pense que toda as pessoas aceitavam as atrocidades praticadas na época.
Muitas pessoas, de forma discreta, pois temiam pela própria vida, auxiliaram
muitos judeus a escaparem aos campos de concentração e consequentemente à
morte. Uma dessas pessoas foi um português – Aristides Sousa Mendes – que
salvou milhares de pessoas, dando-lhe um visto para Portugal.
No
final da Segunda Guerra Mundial, estima-se
que morreram às mãos dos nazis mais de cinco milhões de judeus, três dos
quais em campos de concentração, mais de um milhão em operações de fuzilamento
e mais de seiscentos mil nos ghettos.
É para dar
memória a estas pessoas e a todos aqueles que conseguiram sobreviver que esta
data se comemora a nível mundial.
Para que a Humanidade não se esqueça de um dos
momentos mais terríveis da sua história.
Para recordar e
para que recordando estas atrocidades não se repitam.